Trago aqui minha participação do UM CONTO DE CONTOS, proposto pelo José Antonio em seu blog.
Nota:É uma proposta bem pensada e cada participante deve obrigatoriamente continuar ao seu modo, o início dado, como segue...
Na imponente mansão, o sino toca, anunciando a chegada de um novo hóspede.
O mordomo, idoso, mas ainda prestativo, dirige-se para abrir a antiga e pesada porta que dá acesso à nossa mansão.
Ao abri-la, depara-se com uma figura estranha.
"Boa noite, meu senhor", responde o hóspede, tremendo e batendo os dentes levemente. "Estou perdido e com muito frio. Poderia passar a noite em sua gentil e elegante residência?
" "Claro!", responde o velho, com um gesto de satisfação. "Entre e considere-se nosso hóspede a partir deste momento. Estão esperando por você na sala de estar.
" "O quê? Eu?
" "Sim!", responde o mordomo e, sem mais delongas, o conduz ao imenso salão.
Assim que entra, o hóspede sente o calor de uma enorme lareira. Em frente a ela, um grupo de pessoas senta-se no chão, cumprimentando-o e dando-lhe as boas-vindas. Longas mesas exibem uma grande variedade de pratos e bebidas quentes e frias deliciosas.
"Como pode ver", acrescenta o mordomo, "pode aliviar o resfriado, a fome e a sede. Se precisar de mais alguma coisa, basta pedir. Mas...
" "Ah, não! Lá vamos nós de novo com o 'mas' de sempre... Tenho certeza de que terei que pagar alguma coisa, não é? "
"Com certeza!" responde o velho.
"E será muito caro? Não tenho muito dinheiro no bolso."
"Será simples e barato. Por favor, sente-se com seus companheiros e conte-nos uma história ."
Nessa hora Lúcio,entre preocupado e grato, tentou primeiro de se aproximar da lareira para o frio amenizar.
Assim que esquentou um pouquinho, foi até a grande mesa e de tanto que ali havia, nem sabia do que primeiro se servir.
Após, voltou a perguntar qual seria o preço daquela acolhida e novamente recebeu como resposta que deveria contar uma história.
Olhou mais uma vez, incrédulo por estar num ambiente tão luxuoso, logo ele que com suas roupas sujas, até um pouco rasgadas.
Pensou, pensou e resolveu contar então, um pouco de sua vida, a sua história.
Tive uma grande família, todos pobres, mas trabalhadores.
Meus pais , trabalhavam dia após dia para manter toda família alimentada e alguns de nós tivemos a sorte de escolas frequentar.
Outros apenas precisavam ajudar com pequenos trabalhos para a renda familiar um pouco mais aumentar.
Nunca tivemos luxos, mas também nada nos faltou.
Nossos aniversários eram festejados sempre com um pequenino bolo e uma velinha para o festejado da vez e os demais, cantavam e o aplaudiam, festejando a VIDA!
No Natal, minha mãe fazia enfeite com um galho seco, algumas bolinhas de sementes e fitas vermelhas.
Cantávamos canções natalinas, cartões feitos especialmente para cadaum e balas e bolachinhas para os pequenos ditribuídas.
Nossos olhinhos vibravam, cintilavam.
Naquele dia especial, ao invés da água, todos tínhamos suco de frutas colhidas no pomar.
E, sabem de uma coisa?-pergunta Lúcio aos que naquela roda estavam.
Era um verdadeiro Natal, pois algo se modificava dentro de cada dos nossos corações.
Isso, infelizmente, hoje não vejo frequentemente. Vejo luxo, ostentação, grandes pacotes bem enfeitados...Porém, vejo desamor reinar!
Nessa hora, vê alguns participantes da roda, com lágrimas nos olhos.
Pareceu-me tê-los feito pensar, talvez repensar...
Pergunta ao senhor que lhe havia aberto as portas da mansão, se tinha "pago" a acolhida ao que veio mais um pedido que o surpreendeu:
-Podes nos ajudar a preparar um cantinho de Natal nessa sala?
Lúcio prontamente aceitou e, com alegria, foi procurar um galho verde para naquela lareira colocar!
A partir de então, o fogo passou a aquecer mais e mais...
A fumaça que saia era a do AMOR e verdadeiro sentido natalino que podia ser visto pelos olhos brilhantes de todos!
beijos, chica🎄
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigadão por aqui estar, fico feliz!